Depois de vários anos de reflexão, concluo que o feminino se definiu em função do masculino e vice-versa. Ou seja, que os homens agiram e fizeram o que fizeram para impressionar as mulheres. E elas se comportaram de forma a serem as eleitas, as escolhidas pelos “melhores” homens, aqueles que estivessem de acordo com suas expectativas.
As mulheres escolhem segundo os critérios delas, e os homens vão atrás impressioná-las para terem acessos a seus “favores”. Os homens passaram a agir da maneira que as impressionavam: tornaram-se fortes e grandes caçadores, tentaram se tornar poderosos membros da comunidade e assim por diante. Buscaram o destaque segundo o critério de encantar as mulheres. Formou-se assim, um roteiro de sucesso masculino, construído de acordo com as preferências daquelas que mais os interessavam.
Os roteiros femininos também se formaram a partir de expectativas masculinas. Elas perceberam que eram detentoras de um poder sensual e passaram a usá-lo, uma vez que a aproximação física de um homem depende da concordância dela. Aceitaram a abordagem dos mais bem sucedidos, e estes queriam se aproximar das mais atraentes e que prometessem maiores deleites sexuais.
A verdade é que homens e mulheres construíram seus valores com o objetivo de impressionar uns aos outros, de ficar bem aos do outro sexo. Os valores se consolidam e, depois, se transformam em cobranças tratadas como sociais. A verdade é que nem homens e mulheres foram – ou são - livres para definir sua forma de ser e de agir no que diz respeito ao comportamento social e como se postar diante do outro sexo. Temos sido escravos uns dos outros e pressionados pelo meio para que isso se perpetue.
O caminho agora é o de tentarmos imaginar homens definindo uma masculinidade que não esteja a serviço de impressionar as mulheres e as mulheres buscando uma forma própria de ser, que não seja a submissão e nem a imitação de padrões masculinos. O feminismo achava que a libertação das mulheres era equipara-las com os homens, como se estes fossem livres.
Um último registro diz respeito ao fato de que tudo isso tem a ver com a cultura, não com a biologia. È claro que existe o dado biológico e este está ligado á superioridade muscular masculina, ao fato do homem ter um desejo visual muito intenso e que se extingue com a ejaculação. Todo o resto é construção, muito mais importante em nossa espécie do que a biologia. Nada de comparar os homens com os outros mamíferos. Temos razão, discernimento. Temos construído uma ordem social que, de certa forma, nos escraviza.Está na hora de cada um se sentir com forças e direitos de passar a agir por conta própria , desde que isso não implique em prejuízo a terceiros. Chega de nos submetermos e de aliviar nossas dores por meio de queixas. Mãos à obra, pois temos inventar que inventar roteiros novos para nós.
Flávio Gikovate - Psiquiatra
Professor Luiz Gonzaga de Carvalho Neto - Matrimônio e Vida Intelectual ...
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Professor Luiz Gonzaga de Carvalho Neto - Matrimônio e Vida Intelectual
(A síntese do blog).
Há 5 anos
4 comentários:
...cada mulher no mundo deve ler isso... e muitos 'homenzinhos' por aí tbm...
GIVE PEACE A CHANCE
Kuando esta maldita guerra dos sexos vai acabar?
Discordo, existem baladas e baladas, e depende muito do estado, e do tipos de pessoas que frequentam o lugar etc..muito bonito a teoria, mas esse texto tem cara de que foi escrito por alguém frustrado.
EDUARDO
Provavelmente quem escreveu sobre as baladas estava frustrado. Mas também... quem é que não vai se frustrar com essa realidade podre. Só não enxerga quem é cego ou faz de conta que não enxerga.
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